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O CARA QUE GRITA: TOCA RAUL!

TOCA-RAUL

Eu sou o cara que grita “toca Raul” durante qualquer show.

Antes de me julgar e até condenar, tente entender os meus motivos. Quando peço para tocarem Raul, não é porque estou bêbado ou porque não estou gostando das músicas do ambiente. Pelo contrário.

O “toca Raul” virou uma espécie de interjeição. É tipo um “viva!”, um “bravo!” ou um “hip hip uha!” para os raulseixistas.

O Raul morreu em 21 de agosto de 1989 e eu nasci em 1986, apenas três anos antes. Mesmo assim, me tornei fã dele ainda na infância.

Com sete anos de idade, eu respondia nas atividades escolares que minha música preferida era o Trem das sete. E tem mais, segundo informações de minha mãe e, por isso, são incontestáveis, durante a gestação eu já curtia o velho e bom rock´n roll temperado com baião, enquanto ela limpava a casa ao som da vitrola tocando o disco Metrô linha 743 no último volume. Continue lendo

TOCA RAUL!

Há vinte e três anos o país se despedia do cara que já foi a mosca na sopa de muita gente. O ouro de tolo, o maluco beleza, o velho e bom Raulzito, um dos maiores ícones do rock nacional.

O roqueiro que era fã de Luiz Gonzaga, Elvis Presley e cantava com sotaque baiano o tradicional samba carioca, foi encontrado morto em seu apartamento na manhã do dia 21 de agosto de 1989, aos quarenta e quatro anos.

Raul Seixas é uma lenda. Alcançou algo que, talvez, nenhum outro artista nacional chegue perto de ser, um verdadeiro mito. Ou você consegue imaginar uma multidão clamando por músicas do Roberto Carlos em shows de outros artistas? Na verdade, as pessoas passam um ano inteiro sem cantar as canções do rei, lembrando dele apenas quando assistem ao especial de fim de ano na televisão.

É, no mínimo curioso, o comportamento dos fãs que criaram espontaneamente um movimento conhecido como raulseixismo, onde não pedem para ouvir uma música específica, mas qualquer uma de sua discografia.

A expressão “toca Raul” vai muito além de ser apenas um pedido musical. Pode ser considerada como um grito de guerra, um desabafo ou uma tentativa desesperada de que alguém toque uma música boa.

A coisa é tão séria que não duvido que já tenha aparecido um maluco durante a missa, logo após o salmo responsorial, gritando um “toca Raul” para o padre.

O chato é que sempre tem alguém tentando enfraquecer esse comportamento, falando das mensagens subliminares que aparecem quando escutamos as músicas de trás para frente. (Tenho mais medo é de quem fica em casa ouvindo músicas de trás para frente)

Não entendo o motivo de tanta preocupação por parte de algumas pessoas, talvez não fossem tão abitolados se ouvissem as músicas da forma correta…

Goste ou não, você também faz parte do movimento. Pode ser conhecendo alguma música do Raul, ou achando que o país deveria ser alugado, ou até mesmo enxergando a menor ponta de malícia nas palavras “cobra” e “aranha”.

Há mais de duas décadas as composições do Raul Santos Seixas permanecem atuais, são letras que não envelhecem nunca. Esse é o seu diferencial.

Portanto, controle sua maluquez, misture com sua lucidez e seja um sujeito normal, mas um maluco total.

Aproveite intensamente a vida, curta cada instante e lembre-se: o amor é a lei!

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